Être comme l'âne de Buridan | |
Fare come l'asino di Buridano | |
Ser como el asno de Buridan | |
A PENSAR MORREU UM BURRO | |
A fi nehotărît |
Ser como el asno de Buridan
A pensar morreu um burro dizemos quando uma pessoa pensa bastante e demora muito tempo a tomar uma decisão.
A expressão vem do filósofo francês Jean Buridan, que viveu no século XIV. Para ilustrar as decisões humanas, utilizou a imagem dum burro confrontado a uma escolha: comer ou beber. De facto, tinha a opção entre uma vasilha cheia de água, ou outra que continha aveia. Mas como o burro não conseguiu tomar uma decisão, morreu de fome e de sede. No entanto, não foi o Jean Buridan quem inventou esta expressão, foram provavelmente os contemporâneos dele que utilizaram a anedota para fazer troça da teoria da liberdade do filósofo. Por isso, podemos dizer que a expressão tem uma origem popular.
Nas restantes línguas românicas, como o espanhol (ser como el asno de Buridan), o francês (être comme l’âne de Buridan) e o italiano, (fare come l’asino di Buridano) há uma referência direta ao filósofo Buridan e ao paradoxo do burro (mas não em romeno: a fi nehotărît). Na expressão portuguesa, só se faz referência ao burro. A origem literária ficou perdida. Uma pessoa que não conhece a história nunca saberá que tem uma ligação com Jean Buridan. Além disso, na expressão portuguesa já se sabe que pensando “morreu um burro”, enquanto nas outras línguas, só se fala do burro e do filósofo como criador da expressão. Podemos dizer que as diferentes línguas se completam entre elas porque mesmo se têm o mesmo significado, a designação da expressão não é sempre a mesma.
Referências bibliográficas
RTP2, A pensar morreu um burro, 2013, 45s.
TRECCANI, Dizionario di filosofia, s. v. asino di Buridano, https://www.treccani.it/enciclopedia/asino-di-buridano_%28Dizionario-di-filosofia%29/, consultado a 30/11/2020.
Cette notice a été rédigée pour la revue ROMA 1/2020 par Tatiana Chiaia. |