Si on chantait en portugais

Aguas de Março

 « Aguas de Março » est une chanson brésilienne écrite en 1972 par Antônio Carlos Jobim, qui réprésen  te le style bossa-nova. Elle a été reprise de nombreuses fois au Brésil et à travers le monde. En 2001, elle a été élue meilleure chanson brésilienne de tous les temps. Les paroles sont à l’origine en portugais du Brésil, et plusieurs adaptations en ont été faites notamment en anglais (par Jobim lui-même), ou en français (par Georges Moustaki). Dans la version d’origine, la chanson donne une énumération d’images, au moyen de la répétition du groupe verbal « É » qui signifie « c’est ». Le refrain parle de la fin de l’été dans notre cœur au mois de mars, la période des pluies au début d’automne au Brésil :

São as águas de março fechando o verão / É a promessa de vida no teu coração
En français :
Ce sont les eaux de mars qui terminent l’été / C’est la promesse de vie dans ton cœur...

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumueira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto, o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Au, edra, im, minho
Esto, oco, ouco, inho
Aco, idro, ida, ol, oite, orte, aço, zoSão as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

revue roma blanc 120 Cette page a été rédigée pour ROMA·NET par Maria Kistereva.
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